quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Os Dilemas do Culto ao corpo no Contemporâneo

Os hippies foram pessoas que protestaram durante os anos 60 do século XX contra o capitalismo desregrado nos EUA, no qual todo esforço era feito para a aquisição dos bens materiais e de todas as formas de poder, para a contemplação de uma vida feliz.

Esses jovens, homens e mulheres, influenciados pelos Beatles buscaram a harmonia interior através da holística e da paz interior indiana, onde as ervas e os alucinógenos tinham sua importância nas suas experiências transcendentais. Mudaram os hábitos de vestir, os cortes de cabelos, etc e continuaram protestando contra o poder econômico e contra a cultura épica.

Atingir um elevado nível espiritual, através da meditação podia até provocar estádios de levitação e puro prazer. Os xamãs ditavam as regras do jogo e o desapego a matéria levaria o indivíduo a experiência com o seu verdadeiro ser.

O mundo globalizado a cada momento traz modelos a ser seguidos, esteriótipados, politicamente corretos, e o corpo das pessoas são talhados nos mercados internacionais para a produção de lucros e da exploração da imagem tanto da mulher, quanto do homem. As modelos cada vez mais magras e às vezes com crises de aneroxia são reveladas para o mundo das celebridades, para desfilarem nas passarelas exibindo as marcas de grife.

Os modelos são cada vez mais talhados, impedidos até do direito ao paladar, etc. Essas figuras masculinas da mesma forma devem valer pelo que pesam quanto mais sarados melhor, e a preocupação com o intelecto-espiritual se volatiliza neste amplo espectro de disputas pelas coisas, e pelo poder econômico.

Enquanto isso, as bagagens de preconceitos sociais e culturais continuam a agredir os seres, são pessoas portadoras de homofobia, racismo, são machistas, e outros tipos de agressões aos idosos e as crianças, além dos preconceitos econômicos que mostra a toda hora que as pessoas valem mais pelo carro que exibem do que pelo seu verdadeiro ser.

Os movimentos feministas e trabalhistas, associados às práticas marxista e hegeliana,tem adentrado aos poucos nas sociedades,através do mercado europeu que sempre vem quebrando paradigmas sócio-culturais,como foi o caso da revolução industrial na Inglaterra,da revolução francesa,etc,pessoas como Simone de Beauvoir,Coco Channel,Nelson Mandela ,e tantos outros contribuíram para um mundo mais igualitário.

Mas, a conquista desse mundo mais justo passa pela ação individual e coletiva das populações em todo mundo. Nem o modelo reprimido pela idade média, através da igreja, onde o pecado pairava no ar e a inquisição queimava corpos por conta da desobediência aos seus mandamentos, etc. nem a libertinagem dos clubes das pessoas que acreditam que quanto mais sexo melhor.

O mito do dom Juan da cidade de Toledo na Espanha, na Idade Média que explorava as vítimas, e até as estuprava etc onde o mesmo praticara o homicídio de seu próprio pai, onde a força de sua beleza física era o passaporte para o sucesso e o poder, não deve ser no contemporâneo modelo a ser seguido,embora a sua lenda seja controvertida.

A inquisição que tantas vítimas aniquilaram seguindo os preceitos da igreja católica desde o éculo XIII, inculcou nas pessoas muitas culpas e pecados, mas como a história mostra a própria igreja, através dos seus líderes praticara uma gama de crimes contra o homem e a humanidade em geral.

O pecado ao apreciar o corpo e o sexo era mostrado pelos papas e seguidores que muitas vezes estupravam e matavam suas vítimas. Mas, essas marcas e tradições não se apagam facilmente, mesmo tendo nos dias atuais a aparição do papa Bento XVI pedindo desculpas pelos crimes a humanidade.

O corpo no sentido sadio deve entrar em consonância com a mente e o espírito, um todo integrado e harmônico, pois a preservação da vida passa primeiramente, por esta preocupação de ser feliz, e a felicidade é esse estádio de equilíbrio do corpo e da alma.

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